O coração de Bianca disparou no instante em que reconheceu a silhueta de Fernando do outro lado da porta. Seus olhos semicerraram-se, e os dedos apertaram instintivamente a pequena Valentina contra o peito. Quando finalmente abriu, fez questão de manter o olhar frio, como se a noite anterior não tivesse existido.
— Veio me ameaçar de novo? — perguntou, a voz gélida, mas o tremor em suas mãos a traía.
Fernando, de frente para ela, respirou fundo. A barba malfeita realçava ainda mais os traços duros do seu rosto, mas os olhos estavam carregados de algo além da fúria.
— Não. — respondeu firme.
— Vim conversar. Só isso.
Bianca arqueou uma sobrancelha, cética.
— Conversar? — repetiu, sarcástica.
— Interessante… já que você parece ter esquecido o significado dessa palavra.
Sem esperar, chamou a babá:
— Maura! — A funcionária surgiu logo, ainda com o pijama de algodão, surpresa ao ver Fernando. Bianca entregou Valentina aos braços dela com um beijo na testa da filha.
— Leve-a pa