Fernando a observou, o olhar chamejando. A frieza da voz dela não conseguia esconder o tremor nas mãos, nem a respiração entrecortada. Ele sabia que a indiferença era uma máscara, mas mesmo assim, o golpe doía.
— Posso ao menos me despedir da minha filha? — perguntou, a voz agora baixa, mas ainda carregada de tensão.
Bianca se virou lentamente, olhos faiscando.
— Sua filha? — repetiu, sarcástica.
— Já disse e repito: ela não é sua filha. E você acreditou quando eu disse isso, porque agora diz que ela é sua filha ?
Fernando apertou os punhos, os olhos cheios de raiva e dor.
— Era mentira?— afirmou, a voz embargada. — Minha mãe tem certeza de que você mentiu.
Ela sorriu frio, cruel.
— Que pena… — disse, abrindo mais a porta, deixando o vento frio da manhã invadir o ambiente.
— Que você não tem essa certeza. Agora vá.
Fernando a fitou por alguns segundos intermináveis. Então, deu um passo para trás, mas antes de se afastar por completo, lançou a sentença com a firme