Augusto, imóvel, observava.
Mais um gole. E mais outro.
Ela largou a xícara pela metade e apoiou-se na bancada, piscando os olhos. Algo estava… errado.
— Que droga… — murmurou, tentando manter o equilíbrio.
Cambaleou.
Augusto não se moveu. Ainda.
Laura subiu as escadas com dificuldade. Cada degrau parecia se multiplicar, o chão ondulava sob seus pés, e o mundo rodava como um carrossel desgovernado. Sentia-se quente, confusa, embriagada sem ter bebido nada além de café.
As roupas começaram a pesar. O corpo suava.
No quarto, empurrou a porta semiaberta e entrou. Deixou os sapatos pelo caminho. A bolsa caiu em algum lugar entre a parede e a cama. Sentou-se na beirada do colchão, os olhos fixos em um ponto qualquer do guarda-roupa. Os pensamentos embaralhados, a lógica fugindo de seu alcance.
E foi nesse momento que Augusto surgiu na porta.
Observou-a por alguns segundos. Ela estava com as pupilas dilatadas, a respiração irregular. Não havia resistência alguma, nem mes