Quando o elevador chegou ao térreo, ela saiu com a cabeça erguida, mas o peito em ruínas. Os saltos soando firmes, mas as pernas fracas. Porque por dentro, Laura se sentia como uma mulher despida da própria dignidade.
Se apaixonar de novo pelo homem errado.
Quantas vezes mais ela cometeria esse erro?
Quantas vezes mais deixaria que alguém a usasse e a descartasse depois?
Ou será que o erro era pensar que ele a usou?
Porque, na verdade… ele a quis. Intensamente. Verdadeiramente.
Mas só até onde ele era capaz.
E ela… quis mais.
Mais do que ele podia dar.
Mais do que ela mesma sabia suportar.
Então, naquele instante, Laura decidiu:
Se ele não a queria como inteira… então ele não a teria pela metade.
Não mais.
O silêncio no escritório parecia mais denso do que o ar. Laura entrou sem pedir licença, os olhos fixos nos dele, o corpo rígido, a alma em pedaços, mas a postura impecável. O blazer justo, os cabelos presos, o batom intacto.
Mas o que doía de verdade era