Minha querida sogra…

Depois de alguns dias em que a rotina começava a se assentar, Villano observava os pequenos detalhes de Ura — o jeito como ela se perdia olhando pela janela, os dedos que se moviam como se pintassem no ar, o silêncio que parecia gritar quando ela não tinha telas para se expressar.

Então ele desapareceu por algumas horas.

Sem dizer muito, apenas um beijo em sua testa e um "não sobe ainda", antes de sumir pelas escadas com Ricci e dois funcionários de confiança.

Ura passou o dia curiosa. Perguntava a si mesma o que ele estava aprontando. Até que no fim da tarde, ele voltou e estendeu a mão para ela com o mesmo olhar enigmático de sempre.

— Quero te mostrar uma coisa.

Subiram juntos, e quando ele abriu a porta de um dos quartos do andar de cima, Ura parou. Respirou fundo.

O cômodo estava transformado.

As janelas estavam abertas, a luz natural invadia o espaço, e ali... cavaletes, tintas de várias cores, pincéis, telas limpas encostadas na parede e um tapete
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