Lucas
Eu seguia com passos firmes em direção ao quarto de Angel, pronto para fazer o que parecia ter virado meu novo ofício: tirá-la da cama à força, arrastá-la até a mesa e torcer para que ela não explodisse no meio do caminho.
Mas, ao levantar a mão para bater na porta, ela se abriu. E Angel saiu.
Vestida com um tailleur azul-marinho impecável, Cabelo preso com elegância despretensiosa, maquiagem leve, olhar desperto. Disposta. Parecia outra pessoa.
Fiquei parado por um segundo.
— Você já está... pronta? — perguntei, incapaz de disfarçar a surpresa.
Angel passou por mim, o cheiro de seu perfume - algo fresco com notas de jasmim - pairando no ar.
— Não parece óbvio? — respondeu, sem olhar para trás.
Desci as escadas atrás dela, observando a postura reta, os passos firmes. Algo tinha mudado. E não era só a roupa.
— Dormiu bem? — tentei puxar conversa.
— Sim.
— O café ontem...
— Foi divertido.
Respostas curtas, diretas. Nada da Angel sarcástica de sempre.
Chegamos à sala de jantar. A