Lucas
Corri até o quarto de Raul, empurrando a porta sem bater. A porta de madeira bateu contra a parede com um baque seco. Ele estava de pé, de costas para a janela, a luz da tarde iluminando o perfil de um homem que parecia ter envelhecido dez anos em dez minutos. Em suas mãos trêmulas, um celular velho. Seu rosto, pálido e cansado, tinha os olhos vermelhos e inchados, como se tivesse chorado, mas as lágrimas haviam secado, deixando apenas a dor.
— Fale. — Minha voz saiu áspera, uma lâmina afiada de impaciência.
Raul virou o celular lentamente, como se estivesse me mostrando uma bomba. A tela mostrava uma mensagem de texto, de um número desconhecido, as palavras eram como golpes de martelo na minha mente:
“Tenho Angel e Igor. Se não me entregar o paradeiro de Silas, você vai sentir o que é perder onde mais dói. Foi conveniente demais encontrar seus dois filhos juntos. – Juan Suárez.”
O ar saiu dos meus pulmões como se eu tivesse levado um soco. Minha garganta se fechou e precisei de