Evelyn
As semanas passaram de um jeito estranho, como se o tempo tivesse decidido andar em outro ritmo que parecia desacelerar. Meu braço melhorou rápido, mais rápido do que eu imaginava, e a dor foi ficando distante, uma lembrança incômoda que aparecia mais nos dias frios ou quando eu me mexia de um jeito errado. A cabeça ainda doía às vezes, mas nada que me impedisse de voltar a respirar com um pouco mais de normalidade.
Asher apareceu algumas vezes nesse meio-tempo. Sempre educado, contido, com um jeito tranquilo demais para alguém que vive correndo contra o tempo em ambulâncias. Eu percebia Dante incomodado, mesmo quando ele tentava disfarçar. O maxilar ficava mais rígido, o olhar mais atento do que o necessário. Mas ele nunca dizia nada. Engolia seco, sorria pouco e seguia em frente.
Quando recebi a alta médica, Dante parecia mais aliviado do que eu. Foi no mesmo dia que ele me contou, quase casualmente, como se não fosse grande coisa, que estava organizando uma festa peq