Lilly
Entrei na casa sentindo como se tivesse acabado de atravessar uma guerra inteira em poucos metros. O ar ali dentro parecia mais quente do que na rua, mas não me aqueceu. Minha tia estava na sala, em pé, como se tivesse pressentido algo.
Ela me olhou e imediatamente soube.
— O que está acontecendo, Evelyn?
Fechei a porta com cuidado demais.
— Eu vou voltar para a mansão… com o Dante.
Ela piscou, lenta, digerindo.
— Voltar? — a voz saiu mais alta do que pretendia. — Mas você não fugiu de lá?
Suspirei.
— Talvez… fugir não fosse a palavra certa.
— Evelyn, isso não faz sentido — ela se aproximou. — Você chega aqui abalada, dizendo que não aguentava mais, e agora quer ir embora como se nada tivesse acontecido?
— Nada aconteceu, tia. Muita coisa aconteceu.
Ela cruzou os braços.
— Então por que voltar?
Olhei para o chão. Depois para ela.
— Porque o Dante encontrou o diário da minha mãe.
O nome da minha mãe mudou o ar da sala.
— E isso muda o quê? — ela