Evelyn
Acordei com a sensação estranha de ter sido arrancada de um sonho bom antes do final. Aquela paz preguiçosa que deveria existir depois de uma noite perfeita. Pois é. Não estava lá. No lugar dela, um silêncio enorme ocupava o quarto, que não fazia sentido, porque eu esperava ouvir a respiração dele.
Estiquei a mão, ainda meio sonolenta, procurando o calor do corpo de Dante ao meu lado. Nada.
Abri os olhos devagar. O espaço ao meu lado na cama estava vazio. Frio. Arrumado demais, como se ele tivesse tomado cuidado para não deixar nenhum traço dele ali.
— Dante? — chamei, a voz baixa, esperando que ele estivesse no banheiro, talvez vestindo a camisa, ajeitando o colarinho daquele jeito irritante que ele fazia, sempre tão metódico.
Nenhuma resposta.
Sentei-me, com o lençol grudando um pouco na pele. Meu corpo parecia… diferente. Não só fisicamente, embora meu quadril e minhas coxas denunciassem que eu não tinha imaginado nada. Mas dentro. Como se alguma porta nova ti