Dante
Caminhei pelo corredor como se meus próprios passos fossem explosões abafadas. Cada batida do coração doía, martelava, ferrava com a minha cabeça. Deixei o quarto dela como quem foge de um incêndio — mas o incêndio estava dentro de mim, preso, queimando por trás das costelas, queimando tudo que eu acreditava que tinha de autocontrole.
Quando cheguei na porta do meu quarto, minhas mãos tremiam. O corpo inteiro parecia um campo de batalha. Só eu, sozinho, lutando contra algo que já não sabia mais se queria vencer.
Eu queria Evelyn. Queria de um jeito tão absurdo que me deixava tonto. Queria como um homem quer. Não como um tutor, não como alguém sensato. Queria o cheiro dela na minha pele, a respiração quente no meu pescoço, a mão pequena tocando meu rosto como se pudesse me desmontar com um gesto.
Era proibido. Era arriscado. Era tudo que eu deveria evitar. Mas eu estava no limite e sabia disso.
Troquei de roupa quase sem pensar — camiseta, jeans, casaco — e desci as e