Evelyn
Acordei devagar, como se meu corpo tivesse sido drenado durante a noite. As pálpebras pesavam, a cabeça latejava num ritmo abafado, e meu peito subia e descia como se respirar tivesse virado um esforço consciente. Fiquei ali, imóvel, sentindo o calor estranho percorrendo minha pele. Um calor que não vinha de nenhum lençol — vinha de dentro.
A luz suave atravessava a janela, tingindo tudo de um dourado meio lavado, e eu fiquei encarando aquilo, tentando encontrar algum motivo pra levantar. Não encontrei nenhum. Deixei o corpo afundar no colchão, abraçando a preguiça doente que tomava conta de mim.
A batida leve na porta me arrancou dos pensamentos.
— Pode entrar — murmurei, com a voz rouca.
A sra. Collins surgiu, cuidadosa, mas com aquele olhar dela que parecia ver mais do que eu dizia.
— Você não desceu para o café — ela comentou, andando até mim com passos que quase não faziam barulho. — Está tudo bem?
— Acho que não. Estou meio… sei lá. Mole — admiti.
Ela ne