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Capítulo 6 - Olhar magnético

Vendo Derek se afastar, Prila decidiu retornar ao bar e ficar por ali, pois era um ponto fácil de se encontrar com seus amigos. Ao chegar, pediu uma nova cerveja e se sentou. Abriu o W******p e mandou mensagens para Janice, informando onde estava, e também para Derek.

Enquanto consultava atualizações nas redes sociais, percebeu uma sombra se aproximando e se sentou ao seu lado, mas não levantou o olhar de imediato. Só quando o garçom trouxe a cerveja e entregou, ela finalmente ergueu o rosto — e se deparou com um homem extremamente bonito. Sua presença era desconcertante.

Prila deu um sorriso tímido, ainda surpresa. O homem, segurando uma garrafa de cerveja que ofereceu a ela, falou com um tom confiante:

— Não é muito comum ver uma morena tão bonita sentada sozinha em um bar. Posso fazer companhia?

Prila sentiu um arrepio percorrer a espinha, surpresa e curiosa com a abordagem inesperada.

Prila ficou encantada com o homem à sua frente. Ele era alto, aproximadamente 1,90m, com cabelos curtos e bem cuidados, tatuagens pelo corpo e uma camiseta despojada. Um brinco na orelha esquerda e sobrancelhas bem marcadas davam ao olhar dele um ar de caçador.

Seus olhos eram de um castanho claro, como folhas secas ao sol, e os lábios rosados contrastavam com a barba cerrada, perfeitamente aparada. Cada detalhe parecia ter saído de uma capa de revista.

Seus braços eram fortes e bem definidos, transmitindo força e presença. Prila sentiu o coração disparar, fascinada, quase sem palavras, admirando cada detalhe daquele homem que parecia impossível de ignorar.

Ela nem precisava de um raio-X no olhar para imaginar que aquele homem tinha um abdômen perfeitamente desenhado — porque o conjunto todo já gritava perfeição. Era bonito de um jeito quase ofensivo.

Prila, sem perceber, ficou alguns segundos a mais do que deveria apenas admirando-o, até se dar conta de que ele estava falando com ela. Desconcertada, soltou uma risadinha e respondeu:

— Não, não… eu não estou sozinha. Só estou esperando meus amigos voltarem.

— Já devia imaginar — disse ele, inclinando a garrafa antes de dar um gole lento. — É difícil acreditar que uma mulher tão bonita estaria aqui sozinha.

Prila sentiu o corpo reagir ao tom dele, firme e, ao mesmo tempo, arrastado como uma melodia perigosa. O olhar castanho claro não apenas a observava, parecia atravessá-la. Por um instante, ela esqueceu de respirar.

Prila estava prestes a responder quando uma mão conhecida pousou em seu ombro, deslizando lentamente pelas suas costas.

— Oi — disse Derek, surgindo com aquele jeito natural de quem nunca pedia licença para ocupar espaço. — Marlon, tudo bem com você? Quanto tempo, cara.

Prila piscou, confusa. Derek conhecia o estranho?

— Tudo certo, Derek — Marlon respondeu, o sorriso discreto arqueando apenas um canto dos lábios. — Faz tempo.

O clima mudou de imediato. A tensão que antes era puro encantamento agora tinha outra camada, mais densa, quase velada.

Foi nesse instante que o nome caiu sobre ela. Marlon.

Ficou preso em sua mente, colado na ponta da língua, como se ela precisasse pronunciá-lo em voz alta para sentir algum alívio. Mas se conteve. Porque havia algo errado — ou certo demais.

Era só um estranho... não era? Sim, um estranho. Então por que cada fibra de seu corpo parecia reagir a ele, como se tivesse sido puxada para dentro de uma gravidade que não controlava?

O toque de Derek em suas costas a trouxe de volta ao presente. Ele a acariciava, se aproximando, enquanto continuava a conversa com naturalidade.

— Esta é Prilla — Derek a apresentou, a voz carregada de orgulho.

A situação, no entanto, estava longe de ser simples. Muito longe.

Prilla ouviu Derek dizer o nome dela e, quando baixou os olhos, viu que Marlon já estendia a mão para cumprimentá-la.

A palma dele era grande, quente, firme demais para ser apenas um gesto educado. O toque percorreu seu braço como se tivesse atravessado a pele.

— É um prazer, Prilla — disse ele, encarando-a nos olhos.

Só que aquele prazer não tinha nada a ver com boas maneiras. Não era cortesia. O peso da voz dele carregava algo a mais, algo que parecia querer atravessá-la por dentro.

E, no fundo, ela sabia disso. Ele não estava apenas se apresentando. Ele estava dizendo outra coisa. Algo que ela não tinha certeza se queria compreender.

Derek, alheio à corrente elétrica que passava entre Prilla e Marlon, seguia conversando com o velho amigo como se nada estivesse acontecendo. Para ele, de fato, nada acontecia. O sorriso era leve, as palavras soltas — totalmente inconsciente da tensão que pairava ali.

Prilla, no entanto, ainda sentia o peso do olhar de Marlon sobre si. Tentava desviar, mas a cada vez que baixava os olhos e encontrava os dele, era como se fosse sugada de volta para aquele abismo silencioso.

Só conseguiu respirar de verdade quando Janice surgiu, vibrante, puxando-a pelo braço.

— Vem, Prilla! A última banda já tá no palco!

O alívio foi quase físico. O sangue voltou às faces, os pés reencontraram o chão. Ela se deixou arrastar, mas não sem perceber — mesmo de costas, mesmo se afastando — que Marlon ainda a seguia apenas com os olhos.

Quando Prila e Janice chegaram ao palco, Janice não perdeu tempo:

— Pelo que eu vi, você conheceu o Marlon! Nossa, estou gamada nesse cara! Ele é muito lindo, muito gostoso! E você viu? Ele não tirava os olhos de você, hein, Prila? O Derek nem percebeu, mas eu percebi! Ele estava com aqueles olhos de gavião em cima de você!

Assim que Janice percebeu a confusão de Prila, começou a rir.

— Pelo jeito, não sou só eu que estou gamada nele, hein?

Prila corou, desviando o olhar.

— Para com isso, Janice, não tem nada a ver… — disse, tentando disfarçar. — Só que… ele tem uma presença, sabe? Uma presença muito forte.

Janice sorriu maliciosa, inclinando-se um pouco mais de perto.

— Ah, eu sei bem… Eu queria muito sentir essa presença de perto. Se é que você me entende.

Prila riu, abalada entre a vergonha e a diversão.

— Nossa, Janice, você é demais… — disse, balançando a cabeça. — Vamos voltar para o público. E olha só… não sabia que ele era amigo do Derek.

— Não é como se fosse amigo, amigo, amigo — continuou Janice, dando de ombros. — Mas, aos poucos, todo mundo vai virando conhecido, colega… Acho que é a melhor forma de se entrosar. Eu, no caso, sou amiga do Derek porque a gente se conhece há bastante tempo. Já fui na casa dele, conheci a família, temos outros amigos em comum também. Mas não precisa ficar com ciúmes, tá? É só amizade.

Prila começou a rir.

— Tudo bem, Janice, eu não vou ficar com ciúmes. Percebi que vocês são realmente muito amigos.

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