ANYA DEVEREUX — Semanas depois…
Negar um impulso é alimentar sua fome.
A noite cai devagar, majestosa, sobre o castelo, derramando um azul tão denso, tão profundo e tão vivo que parece líquido derramado diretamente das mãos de Deus. É exatamente o tipo de noite que, antes de tudo isso começar, me envolveria numa paz genuína, reconfortante, quase maternal. Hoje, porém, qualquer resquício de calmaria desaparece por completo assim que fecho os olhos cansados, porque tudo, absolutamente tudo o que consigo ver, de forma obsessiva e inescapável, é ele.
Orion.
O jeito específico, único, inconfundível como ele estava naquele treino que mudou tudo para sempre: preciso como lâmina recém-afiada, letal como predador nato em pleno domínio do território, completamente no controle absoluto de cada músculo, de cada respiração, de cada segundo.
A forma hipnotizante como aqueles músculos definidos se moviam, se contraíam e relaxavam com cada golpe poderoso executado com precisão mortal, a força quase s