A porta fechou atrás de si, e o som do trinco soou mais alto do que deveria. Lisanne ficou parada por alguns segundos no corredor, como se o corpo não obedecesse. Os olhos estavam marejados, o peito apertava, e havia algo ali...algo que ela nunca sentiu antes.
Dor. Raiva. Tristeza. Mas...também... uma estranha compreensão.
Não era simples. Nada na vida dela era mais simples.
Deu alguns passos cambaleantes, atravessou o corredor quase no automático. Quando abriu a porta do próprio quarto, só conseguiu trancar e se encostar nas costas da madeira, escorregando lentamente até sentar-se no chão, os braços abraçando os joelhos, como quem tentava segurar os próprios pedaços para não se quebrar de vez.
— Droga... — sussurrou, apertando os olhos enquanto as lágrimas desciam sem controle.
Por alguns minutos, só chorou. O tipo de choro que não é escandaloso. É silencioso. De quem está sufocado por dentro, de quem não sabe mais onde guardar tanto sentimento.
Quando conseguiu respirar fundo, passo