Depois de ajeitar algumas de suas coisas por um tempo, o pensamento começou a surgir, lento, como uma onda crescente ou como uma semente que se recusa a ser ignorada.
"Se... o sangue de Day mantém Hérus equilibrado... então... e se... e se eu...”
Ela respirou fundo, cruzou os braços, encarou o reflexo no vidro da janela.
“Não. Não é tão simples assim...”
“...ou talvez... talvez seja.”
A mão deslizou até o próprio pulso novamente como um recente hábito interligado aos pensamentos. As pontas dos dedos tocaram, sem perceber, a cicatriz — agora já quase imperceptível, mas sensível. Uma marca. Um lembrete.
O desconforto físico não era mais dor. Era... memória. Pulso. Instinto. Algo que não sabia se queria rejeitar ou entender. Ela se levantou. A decisão já estava feita.
Virou-se, ajeitou o casaco e saiu a passos firmes, rumo à sala de Hérus.
Agora, nada mais seria como antes. O som dos passos de Lisanne ecoava suave pelos corredores da mansão, mas, dentro dela, tudo parecia mais ruidoso do