Dois dias depois
Haviam vozes. Sussurros em línguas que não compreendia. Um lugar escuro e antigo que a chamava em silêncio... e um toque invisível apertando-lhe o peito como um laço que nunca se desfaz.
Via-se caminhando por uma mata densa e úmida, onde as árvores se entrelaçavam como se quisessem esconder os caminhos. As vozes guiavam-na por trilhas invisíveis que se bifurcavam em todas as direções. A neblina tornava-se cada vez mais espessa, dificultando a visão, tornando tudo indistinto.
Continuou andando às cegas, guiada apenas pelo instinto, até que o silêncio caiu. Todas as vozes cessaram — restando apenas uma, com um cântico de palavras adormecidas, e Lisanne a seguiu. A névoa se dissipou levemente, e, mais à frente, pôde distinguir uma figura. Aproximou-se, mas ao dar o próximo passo, seu corpo parou abruptamente, contido por uma barreira invisível.
A mulher diante dela estava de costas. Usava um vestido branco, longo, moldando-lhe as curvas com suavidade, caindo como seda —