O sol ainda não havia nascido quando Lian se sentou no parapeito da janela de seu quarto, envolto pelas sombras do cômodo. O céu assumia tons azulados, mas uma névoa tênue cobria as colinas distantes de Heradhor.
A visão ao longe da catedral, normalmente imponente, hoje se apresentava obscura, quase um reflexo de seu próprio estado mental. Ele encarava o horizonte, mas sua mente estava longe, presa em um turbilhão de emoções que o assombravam desde os encontros com Lisanne.
O desejo pelo sangue dela continuava ali — latente, voraz, presente em cada fibra de seu corpo. Mas havia algo novo, algo que o incomodava profundamente: ele não queria machucá-la.
Pela primeira vez em séculos, esse desejo vinha acompanhado de um peso na consciência, um sentimento que ele mal conseguia nomear, mas que se aproximava perigosamente do arrependimento. A lembrança de suas ações passadas o assombrava, como um espectro que se recusava a deixá-lo em paz.
Mesmo que ela não lembrasse de seu rosto, ele lemb