CAPÍTULO 11

O frio da madrugada adentrava pelas janelas altas da mansão. O ambiente parecia envolto em um véu de quietude solene.

Lisanne murmurou algo incompreensível enquanto dormia, a testa levemente franzida como se lutasse com fragmentos de lembranças que se negavam a tomar forma. Seus lábios entreabriram-se num sussurro hesitante — “por quê...?” — antes que seus olhos começassem a se abrir lentamente, como se temessem o que encontrariam.

O quarto era silencioso. A única interrupção daquele silêncio era o som baixo do pequeno gato se aninhando mais junto a ela, ronronando de leve, como se sentisse sua inquietação.

Lisanne piscou algumas vezes, tentando entender o espaço ao seu redor. Sentia uma dor discreta no braço, incômoda, mas tolerável — a região estava cuidadosamente envolta por ataduras limpas, colocadas com precisão.

 Um gesto instintivo a fez apoiar-se no colchão e sentar-se devagar, o corpo ainda pesado, a mente mergulhada em névoas. Seus olhos percorreram o cômodo com desconfiança
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