LAIKA
Fiquei sozinha depois daquela batalha. Não fazia ideia de para onde MOLART fora. E concluí que deveria procurar as pétalas por conta própria, já que ele não estava por perto. A angústia apertava meu peito. Só conseguia pensar em Karim e em como ele estaria naquele instante. Deslizando de aposento em aposento, vasculhei cada recanto em busca de uma única pétala. Meu estômago roncava alto, e cheguei a perguntar-me se MOLART sequer se lembrava de comer.
Depois de uma busca estéril, retornei à entrada da gruta e avistei, ao longe, a silhueta dele carregando dois peixes descomunais. Ergui os olhos para um céu já tingido de púrpura. Mais um dia se escoara e eu continuava de mãos vazias. MOLART não se dispunha a entregar as pétalas e tampouco queria duelar, embora insistisse em que eu precisava derrotá-lo em combate.
— Você cozinha? — Perguntou ele assim que cruzou o umbral.
Observei o porte colossal, ainda marcado pelas garras do pássaro, e estranhei não as tratar. O corte no meu ombro