ALFA KARIM
Ouvi os gemidos dos meus homens. Abri os olhos, sacudi a cabeça para espantar a vertigem e manter‐me desperto. Ao redor, a maioria deles pendia de árvores como sinistros frutos secos; outros jaziam espalhados pelo chão, ostentando feridas profundas. Sentei‐me devagar, o peito apertado.
— Magia… — Murmurei, limpando a garganta. — Ele tem magia.
Minha cabeça latejava, e senti algo quente escorrendo pela têmpora. Ao tocar, meus dedos mancharam‐se de sangue.
— Alfa Karim! — Chamou meu Beta, usando o elo mental.
Segui o som até o avistar preso em meio a arbustos, o corpo coberto de sangue. Dei um passo à frente e uma dor lancinante subiu pela perna esquerda; uma estaca cravara‐se fundo na coxa. Segurei‐a, arranquei num só puxão e arremessei longe.
O sangue jorrou, mas continuei mancando até meu Beta — ele já havia retomado a forma humana. Arranquei um retalho de tecido e cobri‐lhe a nudez.
— Devíamos chamar mais guerreiros. O poder que ele possui é forte. — Disse meu Beta, a voz