LAIKA
Assustei-me quando Karim regressou ao acampamento. Ele parecia derrotado. Um dos guerreiros fora trazido morto; os demais exibiam ferimentos graves. Corri até ele e apoiei a mão sobre a dele, que pressionava o próprio ferimento. Karim passou o braço em volta da minha cintura. Como Khalid conseguira fazer aquilo com eles?
— O que aconteceu? — Minha voz tremia. Jamais soubera que Khalid detivesse tamanho poder.
Karim apoiou-se em mim enquanto avançávamos para a tenda da curandeira. Alguns de seus homens amparavam os feridos.
— Magia. — A voz dele soou rouca. — Ele empunha uma magia muito sombria.
— O quê? Nunca soube que possuísse isso. Khalid sempre foi um bêbado glorificado, interessado apenas em vinho e mulheres.
— E agora exibe uma técnica de combate inédita. Laika, percebe a sua importância? Ele não suportou saber que você se foi. — Sussurrou Karim.
Um calafrio percorreu-me. Lancei um olhar aos guerreiros e engoli em seco: eu era a causa da perda daquele homem.
— Me desculpa.