LAIKA
— Shh... Você está segura agora, tudo bem, tudo bem, eu estou aqui. — Karim murmurou enquanto eu me debulhava em lágrimas contra o peito dele, a mão dele afagando meus cabelos com delicadeza.
Assim que minhas forças voltaram, ele me tomou nos braços e me afastou das fronteiras sob o olhar atento de seus homens. Carregou-me até a própria tenda, sentou-se sobre a pele macia e acomodou-me em seu colo.
— Agora você está segura, certo? Eu sinto o seu medo, mas acabou. Deixe-o partir.
Aos poucos, o choque escoou do meu corpo e toda a tensão se desfez; abandonei-me nos braços dele. Permanecemos assim por longos minutos.
— Karim?
— Sim, meu amor.
— Há algo que preciso te contar. Diz respeito a mim.
— Tudo bem. — Respondeu, enxugando a lágrima que rolava pela minha bochecha. — Mas, amor, por que voltou sozinha? Onde estão sua égua e os homens?
— Eu... me perdoa. Deixei os homens no Bando da Lua Vermelha. Eles me fazem sentir presa, então fugi do acampamento sem que percebessem.
— Sem que