Antonella
Eu já tinha ouvido alguém dizer que o pior tipo de dor é aquela que você sente em silêncio, sem conseguir reagir. Eu não acreditava… até abrir a porta da sala de Alonzo na empresa.
Minha mente demorou alguns segundos para registrar a cena. Letícia estava em cima dele, semi nua, o vestido levantado, o batom borrado, o cabelo desgrenhado. Alonzo estava deitado na poltrona, pálido, os olhos quase fechados, como se lutasse para ficar consciente. A camisa dele estava aberta, o cinto solto.
Aquele segundo virou uma explosão dentro de mim.
— Sua desgraçada! — eu gritei, antes mesmo de pensar, sentindo meus pés correrem até ela.
Agarrei o cabelo de Letícia com força e a puxei tão rápido que ela escorregou do colo dele e caiu no chão.
— Ele não é teu brinquedo! — gritei, empurrando-a contra a parede.
Ela tentava se soltar, gritando:
— Me solta! Ficou louca?!
Mas eu já tinha perdido qualquer controle. Minhas mãos tremiam, mas eu sentia um tipo de adrenalina que queimava. Acertei um ta