Alonzo
Eu ainda não entendo metade do que aconteceu comigo. Tem horas em que sinto que estou vivendo a vida de outro homem. Mas, quando olho pra ela… tudo faz sentido. Não importa se minha mente não lembra, meu corpo lembra, meu coração já escolheu.
Naquele fim de tarde, Antonella aparece na porta do meu escritório em casa. Usa um vestido simples, cabelo preso de qualquer jeito, mas pra mim… já é a visão mais perfeita do mundo.
— Alonzo — ela diz, com aquele tom suave que sempre me desmonta — eu quero te mostrar uma coisa.
Eu fecho o notebook, sem hesitar.
— Se for com você, eu quero ver.
Ela tenta esconder um sorriso, mas o canto da boca entrega. Caminha à minha frente pelo corredor, e eu sigo. Quando chegamos na porta fechada, ela pára, respira fundo e diz:
— Esse… esse é o nosso quarto.
Meu peito pesa. Eu não lembrava de ter um quarto com ela. Mas algo dentro de mim aqueceu. Antonella gira a maçaneta com cuidado. Quando abre… eu sinto como se meu corpo soubesse antes da minha mente