Alonzo
— Você a ama.
— Você a ama.
As vozes ecoam. Não sei de onde vêm. Não reconheço de quem são. Eu só sei que… dói. Como se cada palavra fosse escrita com fogo dentro de mim.
Estou correndo. Um corredor enorme. As luzes piscam. Há portas por todos os lados, mas nenhuma se abre. Minhas mãos estão molhadas. Não sei se é suor ou lágrimas. Ou outra coisa.
Eu tento correr mais rápido.
— Você a ama.
— EU SEI! — eu grito, sem saber com quem estou falando. — Eu sei… mas quem é ela?
Só silêncio. Nada além disso. Estou enlouquecendo?
Até que vejo… três bebês. Em um corredor vazio, limpo demais, com paredes brancas. Eles estão engatinhando. Todos de fralda. Rindo. Me olhando como se me conhecessem.
— Quem são vocês? — eu pergunto, ofegante.
Um deles dá risada. Outro bate palmas. O terceiro… o terceiro me olha diferente. Meu coração dispara. Parece comigo. Parece… comigo. Mas quem são eles?
Me aproximo. Quando seguro aquele bebê no colo, algo aperta minha garganta. Um nó impossível de engolir.