Alonzo

Eu ainda estava com a maldita garrafa de suco na mão quando cheguei no meu quarto.

Nem abri.

Coloquei em cima da mesinha ao lado da cama e fiquei parado ali, respirando fundo, tentando entender em que momento da minha vida eu tinha voltado a me sentir assim. Como um idiota apaixonado, como um garoto de vinte anos que nunca encostou em ninguém.

Mas não era só isso. Era fome. Não fome de comida. Fome dela.

Fechei os olhos e vi de novo a cena na cozinha, o corpo dela encostado no meu, o cheiro do shampoo, o calor da pele. E aquela frase que não saiu da minha cabeça desde então:

— “Eu não consigo… controlar meu corpo quando você está perto.”

Eu apertei os olhos, passei a mão pelo rosto, caminhei pelo quarto sem direção. Não adiantava fugir, não adiantava fingir que aquilo não significava nada.

O coração dela ainda estava machucado, eu sabia. Mas o corpo… o corpo reagia a mim como sempre reagiu, como nasceu pra reagir. E por mais que eu respeitasse o tempo dela, tinha um limite ent