Alonzo
A mansão estava mergulhada em silêncio quando cheguei. Já passava da meia-noite. Nenhuma luz acesa além da do corredor principal. Deixei as chaves sobre o aparador e fiquei parado por alguns segundos, tentando entender por que o peito parecia tão pesado.
O jantar ainda estava posto na mesa de mármore. A redoma cobria um prato de risoto, o preferido dela. Frio. Intocado.
Subi as escadas devagar, o coração acelerado por um pressentimento que eu não queria aceitar. A cada degrau, uma lembrança atravessava a mente, o rosto dela chorando, o olhar assustado, a minha fuga na manhã seguinte.
Cheguei ao quarto de Antonella e empurrei a porta com cuidado. Tudo estava arrumado, limpo, impecável… mas sem vida.
— Antonella? — chamei baixo, já sabendo que não teria resposta.
O closet estava aberto. Metade vazio. A mala média, aquela que ela usava nas viagens de negócios, não estava ali. As gavetas pareciam varridas. Só restavam alguns cabides e o perfume que ainda flutuava no ar, misturado c