Duas semanas depois
Já fazia muito tempo desde que Kael dormia bem. Cinco anos se passaram desde que encontraram Leon e prometeram trazer Rarim de volta. Somando isso ao fato de sentir que está falhando, o cansaço de Kael o comparava a um humano de meia-idade.
Ele observava a lareira com os olhos vazios. O fogo crepitava como se zombasse dele, como se dissesse: “O ex-futuro rei dos demônios não consegue controlar o próprio sono?”
Ele bufou, respondendo uma pergunta que o fogo nem havia feito.
As batidas na porta quebraram o silêncio da casa. Elas soavam urgentes, dolorosas e desesperadas, como se pedissem socorro.
Kael se levantou, ainda ouvindo as batidas, esperando que alguém estivesse indo abrir a porta, mas não havia ninguém no corredor. Ele caminhou devagar, segurando o cabo da adaga com o polegar para cima para aumentar a precisão do corte, se isso fosse necessário. Afinal, quem viria a essa hora até eles?
Quando abriu a porta, a chuva entrou com tudo.
Mas não foi a