Camille
Os gêmeos estavam adormecidos em seus assentos no carro, embalados pelo suave balanço da viagem de volta para casa.
Eu ainda sentia o coração apertado pelo que havíamos acabado de fazer. Levar Sofia e Alejandro para ver a mãe de Javier foi uma decisão impulsiva, mas algo dentro de mim dizia que era o certo a fazer. Mesmo em coma, ela era a avó deles, e eles tinham o direito de conhecê-la, ainda que ela não pudesse vê-los.
A clínica onde ela estava era tranquila, mas a atmosfera era carregada de melancolia. Ver aquela mulher ali, presa em um estado de sono eterno, foi mais difícil do que eu esperava. Seus traços lembravam os de Javier — a força nas feições, mesmo em repouso, e a serenidade que parecia contrastar com a intensidade dele.
Sofia e Alejandro haviam permanecido tranquilos enquanto eu me sentava ao lado da cama dela, falando em voz baixa, mesmo sabendo que ela provavelmente não podia me ouvir.
— Eles são seus netos — eu disse, tentando manter a voz firme. — Sofia e Al