Camille
O silêncio na mansão era algo que nunca havia me incomodado tanto quanto naquele momento.
Depois de tudo o que aconteceu no convento, ver Javier andando de um lado para o outro, com o celular colado na orelha, me deixava inquieta. Ele estava diferente; mais atento, mais preocupado. Talvez fosse apenas a tensão de saber que agora tinha três vidas sob sua responsabilidade — a minha e as dos gêmeos. Ou talvez fosse algo mais.
Sentada na sala, com Sofia adormecida em meus braços, observei Javier falar em um tom baixo e firme com alguém do outro lado da linha. Eu não conseguia ouvir exatamente as palavras, mas era óbvio que ele estava coletando informações sobre o ataque ao convento. A cada telefonema que fazia, parecia mais determinado.
Mesmo assim, eu não conseguia evitar o sentimento de incerteza que corroía meu peito.
Ele desligou e ficou em silêncio por um momento, os olhos fixos na janela. Alejandro, que estava no carrinho ao meu lado, soltou um pequeno gemido, mas continuou