Pedro está parado na porta, com a mão na maçaneta, como se estivesse pensando em uma resposta.

- Deixa pra lá… - digo, mudando de ideia no último instante.

Ele reage, por fim, arqueando uma sobrancelha e focando o olhar em mim.

- Tem certeza? Porque, depois que você virar a namorada do meu amigo, eu nunca mais vou pisar no seu quarto…- ele diz com um meio sorriso, ainda segurando a porta.

Hesito. Eu não ligo se ele não pisar aqui mais, porém, hoje, mais do que nunca, quero escutar ele falar sobre qualquer coisa aleatória. Sinto uma ansiedade estranha, incômoda, que me faz desejar a mesma paz que senti ontem, enquanto escutava sua voz calma.

- Então dorme aqui… - respondo.

“E se essa for a última vez, que eu aproveite…”, penso. Ele sorri, apaga a luz e o quarto fica iluminado apenas com a luz do luar. Ele caminha até minha cama e se deita ao meu lado, deixando um pequeno espaço entre nós.

Seu calor corporal, que geralmente costuma me incomodar, hoje é aconchegante. Suspiro. Eu finalme