Passei basicamente todo o domingo no quarto. O sol já está até mais baixo no céu, colorindo o fim da tarde com cores alaranjadas. Então decido ir até a sacada para tirar uma foto e é aí que vejo Pedro, sentado na borda da piscina, com os pés na água e os ombros caídos. Daqui vejo seu rosto, completamente neutro, sem raiva, nem tristeza... mas para mim, esse é o sinal mais claro de que algo não está bem com ele. Quando ele está feliz, se nota. Quando está irritado, se nota mais ainda, já que explode. Mas esse silêncio... é o tipo de dor que grita por dentro.
Saio do quarto e vou até ele, me aproximando sem dizer nada. Me sento ao seu lado, de pernas cruzadas e fico ali. Ele me olha por um segundo e depois volta a encarar o reflexo do céu na água. Não forço um sorriso e nem puxo assunto. Só decido ser uma companhia para ele. Às vezes, a melhor forma de ajudar alguém é não o deixar sozinho com seus próprios pensamentos. Esses podem ser bem cruéis quando querem.
É engraçado como a vida fu