Ponto de vista de Máximo
Eu já sabia. Sempre soube. Desde o primeiro olhar atravessado, desde o primeiro sorriso meio torto que Paolo lançou pra Giullia quando ela ainda nem fazia ideia do que aquele desgraçado sentia. E desde então, foi só uma questão de tempo.
Crescemos juntos, e conheço Paolo como conheço a palma da minha mão. Sei cada defeito dele — e não são poucos. Sei de cada escapada, cada mulher, cada vício, cada risada debochada. Mas, cara, também sei que quando ele ama... ama de um jeito tão intenso, tão visceral, que é capaz de rasgar a própria pele se for preciso.
E ali estávamos nós… Caminhando pro escritório da casa dos meus pais. O clima tava tão pesado que dava pra cortar com uma lâmina.
Paolo parecia uma bomba prestes a explodir. Ele andava de um lado pro outro, esfregava as mãos no rosto, bagunçava o próprio cabelo, bufava. Até que não aguentou mais:
— Caralho, Máximo... eu não aguento mais essa merda, irmão! — Ele socou a mesa, os olhos queimando. — Não dá mais. Eu