Ponto de vista de Serena Bianchi.

O cheiro era insuportável. Mofo, urina, suor e ferro enferrujado. O colchão imundo onde eu estava jogada parecia absorver todo aquele terror. Meus braços tremiam. As lágrimas secavam no meu rosto, mas outras teimavam em cair, involuntárias. Meu corpo inteiro doía.

Minha cabeça latejava desde a coronhada que tomei. Tentei me mexer, mas não tinha muito o que fazer. Estava em um quarto pequeno, paredes de concreto descascando, uma lâmpada pendurada balançando, tremeluzindo, como se até ela tivesse medo daquele lugar.

Eu só pensava em Máximo. Meu Deus... eu só pensava nele. No seu cheiro, no seu toque, na sua voz rouca quando dizia que eu era dele, só dele. E agora... agora eu estava aqui, no meio de um pesadelo, sem saber se ia sair viva.

O som de passos pesados ecoou do corredor. Meus batimentos aceleraram. Minha boca secou.

A porta foi escancarada.

E ali estava ele.

Rodrigo Moretti.

Filho da puta, covarde, desgraçado.

Ele entrou sorrindo, aquele sorri