Cap. 64
Cap. 64
Ele soltou uma risada curta, amarga. Afundou o corpo na cadeira, tirou a mão da dela como se fosse uma coisa suja.
— Temos muito o que conversar, Ângela. — disse, cada sílaba fria como gelo. — Afinal... você e Rafael estavam tramando a minha morte desde o início. Não é? Como eu poderia confiar em você?
Ângela balançou a cabeça, as palavras presas na garganta. O corpo tremia, as lágrimas formigavam nos cílios, mas nenhuma palavra conseguiu sair da boca.
Valerius, parado ao lado, cerrou o punho. Mas interveio, tentando manter a sanidade naquela sala sufocada.
— Senhor, Ângela ainda não recuperou a memória. Ela não se lembra de nada. Não agora. — disse tenso, encarando Ângela e apertando os olhos com força.
— Ainda está nesse estado? — perguntou, encarando Ângela, que agora estava sem reação, ainda petrificada.
— Marido... do que você está falando? Eu nunca... nunca fiz nada contra você... — ela balançou a cabeça, a única coisa que conseguiu fazer quando as palavras sumiram, mas