Cap.122
Pov lúcios.
Valerius voltou a encarar Ângela. O olhar dele sobre ela me irritava mais do que eu queria admitir. Intenso demais. Longo demais. Como se enxergasse algo que eu não via. Eu percebia a cumplicidade deles dois desde que acordei do coma, mas não conseguia encontrar nenhuma pista, mesmo sabendo que eles não teriam nada.
Meu maxilar travou. Mesmo confiando nele, já começava a me fazer pensar coisas que eu não deveria.
— Mas nesse tempo, você precisa cuidar dela — disse ele, como se eu precisasse ser lembrado do óbvio.
Respondi seco, sem disfarçar a irritação:
— Ela é minha mulher. Como eu poderia descuidar?
A sobrancelha dele arqueou, carregada de desconfiança, como se minhas palavras não bastassem.
— Não sei... aquela cabeça de vento é complicada. Mas, independentemente do que acontecer, mantenha a confiança nela.
Franzi o cenho, estreitando os olhos.
— Por quê? Afinal, o que você está escondendo?
Estávamos afastados de Ângela, ela não nos ouvia mais, mas o sorriso eni