86. O ENCONTRO COM A MATRIARCA
A porta da mansão se abriu como se movida por força própria.
Helena Montenegro surgiu sob o portal emoldurado por luz amarela — mas nada no rosto dela era acolhedor.
O salto firme, o perfume caro, os brincos reluzentes.
Ela olhava para Caio com uma mistura de surpresa e desagrado… até que sua visão captou os quatro pequenos atrás dele.
Foi como assistir uma fortaleza inteira perder um tijolo.
O olhar dela fraquejou, quase imperceptível, mas fraquejou.
— O que significa isso, Caio? — disse ela, em um tom simples demais para esconder o incômodo.
Caio limpou a garganta. Tentou sorrir. Falhou.
— Mãe… eles queriam te ver. Achei que… seria bom.
Helena franziu o cenho. Lentamente.
O silêncio entre eles tinha forma, peso e cheiro.
Os quadrigêmeos, alinhados, não desviavam o olhar.
Nem se mexiam.
Pareciam esculpidos ali — quatro estátuas vivas carregando julgamentos antigos demais para suas idades.
— Entra — ela disse, finalmente, abrindo espaço.
A sala principal era ampla, elegante, cheia de