83. ENQUANTO A NOITE CAI

A casa estava silenciosa demais para uma terça-feira. Um silêncio espesso, quase vivo, que parecia observar Isabela enquanto ela caminhava pela cozinha com passos lentos, como se cada movimento pudesse acordar algo que deveria permanecer adormecido.

Os quadrigêmeos — Levi, Lucas, Luan e Gabriela — tinham apenas dez anos, mas já carregavam no olhar uma sombra antiga. Um pacto silencioso que só irmãos iguais, nascidos da mesma dor e marcados pelo mesmo medo, poderiam compreender.

Naquela noite, porém, Isabela não sabia se eles dormiam… ou se apenas fingiam.

Sentada à mesa, com uma xícara de chá entre as mãos trêmulas, ela encarava o vapor subir como se ali estivesse uma resposta que não vinha. O relógio marcava quase meia-noite. O vento batia nas janelas. A luz da cozinha piscou duas vezes antes de estabilizar.

Foi então que o telefone tocou.

O som cortou o silêncio como uma lâmina.

Isabela sentiu o estômago se contrair. Respirou fundo. Atendeu.

— Isabela!? — a voz veio urgente, quase t
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