82. O INICIO DO TORMENTO DE LEONARDO
A chuva engrossava, caindo como agulhas finas sobre o asfalto quando os quadrigêmeos se afastaram da mansão. Eles não falavam, mas a respiração pesada de cada um denunciava o que sentiam: não era alívio, nem felicidade. Era um peso. Um peso antigo. Um peso que agora dividiam em quatro.
Henrique olhou para trás uma última vez.
A janela do quarto de Leonardo estava acesa — e a silhueta dele parecia curvada, quase irreconhecível.
— E se ele nos procurar — disse Levi, num tom que não expressava medo, mas certeza.
— Deixe procurar — respondeu Gabriela. — Agora somos nós que vamos ditar o jogo.
E seguiram pela rua, invisíveis no meio da tempestade.
Enquanto isso, dentro da mansão…
Leonardo cambaleava pelo corredor como um homem bêbado, embora não tivesse ingerido uma gota de álcool. Era outro tipo de intoxicação — uma que vinha do passado, dos erros, da culpa.
O perfume dela impregnava tudo.
Na escada, ele pisou nas pétalas de jasmim e sentiu o coração apertar, como se alguém o segurasse co