47. A QUEDA DOS ANDRADES
A semana seguinte caiu sobre Cecília Andrade como uma tempestade impiedosa. No começo, parecia apenas mais um rumor maldoso, desses que circulavam em rodas de chá entre socialites entediadas. Pequenos cochichos, sorrisos enviesados, olhares carregados de julgamento. Mas, em questão de dias, o que antes era apenas uma sombra tornou-se um escândalo que consumiu sua vida inteira.
O sobrenome Andrade, outrora símbolo de prestígio, charme e sofisticação, agora era sinônimo de vergonha pública. Manchetes estamparam jornais e sites de fofoca, grupos de influenciadoras expuseram segredos, e convites para eventos — que antes chegavam em excesso — desapareceram como fumaça.
E no epicentro desse caos estava Helena Villar. Fria, calculista, e com o poder de construir e destruir reputações com a mesma facilidade que trocava de vestidos, Helena havia cumprido exatamente o que prometera. Com apenas alguns movimentos certeiros, apertando os fios certos na rede de influência que tecia como ninguém, de