46. O JANTAR
O sábado chegou mais rápido do que Isabela imaginava. A semana fora pesada, carregada de ansiedade, com a sombra de Helena rondando seus pensamentos e a lembrança amarga da ligação com Caroline. Mesmo assim, algo dentro dela a impulsionava a aceitar o convite da senhora da floricultura. Precisava de um momento de normalidade, um sopro de humanidade em meio ao caos.
A tarde terminou calma na floricultura. As flores estavam particularmente vivas naquele dia, como se refletissem a própria esperança que Isabela tentava segurar. A senhora, dona Ester, estava de bom humor, dando instruções com delicadeza, sempre acompanhadas de pequenas histórias sobre o significado de cada flor.
— Sabe, minha querida, as margaridas sempre foram minhas favoritas — disse Ester, ajeitando um arranjo. — São simples, mas têm uma força incrível. Representam a pureza, a esperança… e a coragem de recomeçar.
Isabela sorriu, mas seus olhos marejaram. Sentiu que aquelas palavras falavam diretamente a ela.
Ao final do