38. A NOITE DA FUGA
O dia seguinte foi um verdadeiro tormento para Isabela. O tempo parecia se arrastar, como se cada minuto fosse uma tortura. Helena, sempre impecável em seus modos, convidara algumas amigas influentes para um chá da tarde. O salão estava perfumado com flores frescas, a mesa arrumada com porcelanas caras, e a conversa girava em torno de futilidades, como vestidos de gala e viagens ao exterior.
Isabela, sentada ao lado da sogra, foi obrigada a sorrir, a acenar com a cabeça e a fingir que participava, mesmo com o coração aos pulos. Dentro dela, a sensação era a de estar em um palco, interpretando um papel que não escolheu. “Se elas soubessem que esta é a última vez que me veem aqui…”, pensava em silêncio, enquanto mexia a colher em uma xícara de chá que sequer tinha conseguido beber.
A tensão se intensificou quando Leonardo chegou mais cedo do trabalho. Ele entrou no salão como uma sombra, o rosto fechado, a expressão carregada de fúria contida. Dirigiu-se diretamente à mãe, sua voz baixa