32. SEMENTES DE TERROR
O dia chegava ao fim, mas a noite parecia ter se adiantado dentro do quarto de Isabela. O ambiente, antes iluminado por uma fraca luz do entardecer, agora se tornava opressivo. O ar parecia parado, quase sufocante, como se cada móvel, cada cortina, cada detalhe da decoração tivesse se unido para conspirar contra ela, fechando-se ao seu redor. A sensação era de estar presa dentro de uma cela invisível, sem janelas por onde respirar.
Isabela permanecia sentada na beirada da cama, um livro aberto em suas mãos. Mas as páginas estavam viradas há muito tempo na mesma posição, intocadas. Seus olhos corriam pelas letras sem realmente ver nada. Fingir que lia era apenas um recurso para tentar manter a mente ocupada, para fingir que ainda tinha algum controle sobre si mesma. Por dentro, porém, o silêncio gritava.
O som da porta se abrindo quebrou aquele vazio. Leonardo entrou sem bater — como sempre fazia. Para ele, a privacidade dela nunca existira. O baque seco da porta ao se fechar atrás del