31. SUSSURROS DE ESPERANÇA
O sol mal havia despontado pelas cortinas pesadas do quarto quando Leonardo se levantou. O silêncio era denso, quase sufocante. Ele caminhou sem pressa até o banheiro, abriu o chuveiro e deixou que a água fria caísse sobre seu corpo como se lavasse apenas o suor da noite anterior, sem carregar culpa alguma. Seu rosto refletia indiferença, e quando saiu, vestiu-se rapidamente e deixou o quarto sem sequer lançar um último olhar para Isabela.
Ela permaneceu imóvel, deitada de costas para o espaço vazio ao seu lado. As lágrimas, agora secas no rosto, voltavam a brotar silenciosamente, sem convulsão de soluços — apenas um choro mudo, exausto. Sentia-se suja, violada, como se cada parte de si tivesse sido arrancada e profanada. Seu corpo estava presente, mas sua alma parecia estar presa em algum lugar escuro e distante.
O tempo passou devagar, até que um som suave interrompeu o silêncio. Batidas discretas na porta.
— Senhora! Senhora Isabela… — a voz da governanta ecoou do outro lado. — A s