Marina acordou na manhã seguinte com a claridade suave que entrava pelas frestas da janela da cabana. O sol nascia por detrás das árvores altas, projetando feixes dourados sobre as tábuas do quarto, criando pequenos desenhos de luz no piso de madeira. Ela piscou algumas vezes, até que os olhos se ajustaram, e por um instante se deu conta de onde estava: não em um quarto de hotel impessoal, nem em um apartamento de paredes brancas e frias, mas em um espaço que parecia vivo, cheio de calor e memória.
Dormira confortavelmente na cama de Kieran, envolta nos lençóis que ainda guardavam o cheiro dele — um aroma amadeirado, mesclado a algo selvagem, difícil de descrever, mas que a fazia se sentir protegida. A sensação de segurança era tão nova para ela que por alguns segundos duvidou ser real. Não houvera pesadelos, nem os velhos gritos ecoando na mente. Apenas o silêncio tranquilo da noite e o som ritmado dos grilos ao fundo.
Kieran, como havia prometido, dormira no sofá. Ela recordava-se