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O cheiro de madeira, terra úmida e lenha queimada preenchia a cabana de Kieran.
Marina caminhava descalça sobre o chão de tábuas, observando o ambiente rústico, mas acolhedor. Era estranho como aquele lugar no meio do nada, cercado por floresta e silêncio, a fazia se sentir mais segura do que qualquer quarto de hotel ou apartamento onde já viveu.
Kieran estava à cozinha, preparando chá com folhas colhidas da floresta. Estava sem camisa, como sempre, o corpo coberto por cicatrizes antigas e músculos que pareciam ter sido esculpidos pela própria natureza. Mas o que mais chamava atenção eram suas mãos. Fortes, mas sempre cuidadosas. Quando ela dormira ali dias atrás, ele cuidou dos arranhões dela com uma delicadeza que a fizera chorar em silêncio.
Agora, ali de novo, Marina o observava com outros olhos.
Desejo... e medo.
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Diálogo íntimo
— Por que você sempre age como se fosse feito de porcelana? — ela perguntou, tentando disfarçar a inquietação.
Kieran sorriu levemente.