Ainda estou ofegante.
Os braços de Leandro me seguram com força, como se ele fosse a única âncora entre mim e o abismo. Sofia está ao meu lado, o rosto manchado de lágrimas e tensão. Ninguém fala. Só o som distante dos monitores, dos passos apressados dos enfermeiros. O corredor está cheio, mas eu só vejo o vazio. Mateus estava isolado no quarto, com a polícia fazendo sua segurança. Eu realmente teria matado aquele garoto se não tivesse sido impedido. Aquela brincadeira dele, teria consequências graves, quem aquele moleque pensava que era? Por conta da gracinha cometida, Valentina quase morreu e agora aguardamos notícias dela. Não permitiram a entrada dos gêmeos na hora do parto, pois não queriam que o emocional atrapalhasse tudo. Achei um absurdo visto que os dois em breve estarão formados como médicos.
A porta da sala de cirurgia se abre.
Uma médica jovem, de olhar sério, mas não frio, caminha em nossa direção. Veste um jaleco manchado de pressa e responsabilidade. Ela para à minha