SAVANA
O dia tinha amanhecido bonito e eu decidi ir até os estábulos e o curral para ver um pouco mais de perto o dia a dia dos funcionários da Estância e aproveitar para familiarizar Amber com os animais. Saímos da casa sede logo depois do café da manhã, Amber com seu chapéu de cowgirl cor de rosa e eu com meu caderninho de anotações.
Amber caminhava dois passos à minha frente, pulando de pedra em pedra como se a estrada de terra fosse um tabuleiro secreto. Apollo seguia colado, rabo em hélice, farejando tudo com a seriedade de um inspetor. O sol subia sem pressa, e o campo acordava aos poucos: um mugido mais grave, outro mais impaciente, o estalar dos galhos secos quando o vento decidia mudar de lado. Eu tinha decidido que o dia seria nosso — meu e da minha filha —, mas também da Estância. Era hora de ver com os olhos de dona.
A primeira parada foi perto do pasto das matrizes. Indiquei com o queixo as vacas mais pesadas, as ancas largas, o passo lento de quem carrega vida.
— Olha, m