Rastros de um Erro.
Adriano
A casa de Alexandro está silenciosa quando chego. O sol poente lança ton dourados sobre a fachada imponente, e a brisa fria do fim da tarde agita as copas das árvores do extenso jardim. Seguro a pasta contra o peito, sabendo que a conversa que estou prestes a ter não será fácil.
Sebastião, chefe de tecnologia e segurança da empresa, me recebe na porta.
— Ele está no escritório. Contra as recomendações médicas, mas você o conhece...
Eu conheço. Alexandro nunca foi de aceitar fragilidade. Desde que acordou após o acidente, sua frustração tem sido evidente. Ele não se lembra das últimas semanas antes do ocorrido, e isso o consome.
O escritório exala uma austeridade que combina perfeitamente com ele. Móveis escuros de madeira nobre, prateleiras repletas de livros estratégicos e uma lareira apagada que parece tão fria quanto seu olhar nos últimos tempos.
Ele está de costas para a porta quando entro, o olhar fixo na parede, os ombros ainda mais rígidos do que o