Ecos do Passado
Alexandro
A ponta dos meus dedos desliza sobre os papéis espalhados na mesa, mas os números e nomes diante de mim são apenas borrões. Fecho os olhos, tentando forçar minha mente a preencher as lacunas das semanas que antecederam o acidente. Nada. Apenas um vazio irritante e claustrofóbico.
— Os desfalques começaram pequenos. Adriano diz, sua voz firme, mas preocupada.
— Depois do seu acidente, alguém ficou mais ousado.
Meus olhos encontram os dele.
— Você acha que eu estava envolvido?
Ele não responde de imediato. O silêncio diz mais do que qualquer palavra.
— Acho que alguém pode ter te manipulado. Você estava tocando o projeto dos hotéis com foco total. Pode ter assinado algo sem perceber.
Fecho a mão em um punho, sentindo a tensão latejar em meu ombro lesionado.
— Eu nunca cometeria um erro desses.
Adriano se inclina sobre a mesa, os olhos analisando minha expressão.
— Então precisamos descobrir quem fez isso.
Respiro fundo e olho para o teto. Sinto um cansaço exau